A função da vestimenta, hoje, é a mesma de séculos atrás? Vestimos
roupas ou símbolos?
Não é raro, aliás, é muito frequente, vermos por aí alguém
mostrando, com orgulho, o mais novo bem adquirido de uma marca de grife, ou, revelando
o desejo de comprá-lo. E quanto mais caro e exclusivo o produto for, mais
desejo despertará nos consumidores.
Afinal, o que nos leva a preferir a etiqueta à qualidade? Não que
produtos de grife não tenham qualidade, muito pelo contrário, pois se
alcançaram determinado sucesso, é porque são dignos desse reconhecimento, mas o
fato é, que diante de dois produtos de padrões iguais, um de marca conhecida e
outro, sem nenhuma assinatura, o ser humano vai considerar a grife, fabricante
de um produto de qualidade superior. Logo, se somos capazes de adquirir tais
produtos, somos pessoas que sabemos selecionar e isso, consequentemente, fará
com que os outros pensem que temos mais cultura, mais poder aquisitivo,
frequentamos os melhores lugares, temos prestígio! PRESTÍGIO, um dos grandes
desejos do ser humano, em se tratando das chamadas necessidades da ponta da
pirâmide (da hierarquia das necessidades de Maslow), que compõem a
autorrealização.
Muito bem, a partir desse entendimento, podemos concluir porque o
preço e a exclusividade são tão importantes. Fazendo uma analogia de espaço, a
ponta da pirâmide comporta poucas pessoas, sendo assim, produtos exclusivos e
caros automaticamente “escolhem” quem poderá tê-los, e isso, faz com que marcas
que ficam muito difundidas percam seu valor, ou seja, as marcas que são constantemente copiadas não despertam o interesse de quem anseia o tal prestígio. Inclusive,
as marcas que recorrem ao licenciamento (forma de produção que licencia várias
fábricas no mundo a produzirem seus artigos, a fim de não sofrerem cópias),
também perdem seu valor, pois apesar do produto ter a marca, o preço cai e não
é difícil encontrá-lo, fazendo com que muitos possam adquiri-lo e assim,
aniquila-se a exclusividade.
Para finalizar, percebamos que no primeiro
momento que vemos alguém, temos a conhecida “primeira impressão”, que vai
filtrar tudo que uma pessoa agir e falar a partir de então. Até mesmo quem não
admite, procura mostrar o melhor de si, para que seja avaliado da
maneira menos preconceituosa possível, e os símbolos que essa pessoa carrega,
adornando sua imagem, ajudará nesse “julgamento”. Afinal, somos postos à prova
a todo momento, e quem não quer ser o melhor aluno da classe?
A Pirâmide de Maslow - a hierarquia das necessidades humanas
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