Pensando Sobre Moda: Transgredir para Agradar

domingo, 18 de agosto de 2013

Transgredir para Agradar

A moda está sempre em busca de algo novo, diferente, exclusivo. Assim que o produto se torna massificado, considera-se que a moda passou por todas as fases e enfim, ela existe. Mas, ao mesmo tempo que ela existe, ela morre. Exatamente! Já que o produto se tornou popular, o ser humano parte em busca do que é ímpar, e muitas vezes, inusitado.

Comumente, a moda nasce em feiras de tendência de moda, bureaux de estilo e em desfiles de alta-costura e prêt-à-porter, depois é apresentada pelas celebridades, segue para as vitrines (como revistas especializadas), é copiada, reproduzida por pequenas marcas e enfim, aparece nas ruas. Porém, muitas vezes ela segue o caminho inverso, a fim de contrariar seu sentido e transgredir seus valores. Talvez esse seja o maior medo de uma subcultura, que luta contra uma sociedade tradicional e não quer ser alvo da moda para não correr o risco de que sua ideologia seja mal-interpretada e utilizada por quem não partilha do mesmo pensamento. Em outras situações também evidenciamos como essa máquina pode distorcer visões, onde cenários miseráveis são mostrados como luxo, cenas de extrema pobreza recebem um perfume que as transformam apenas em palcos, nos quais, modelos anônimos vestem trapos e despertam um desejo inexplicável de reproduzir aquelas vestes e serem ostentadas como a mais nova tendência mundial. Porém, toda reprodução, logicamente, não é fiel ao que é encontrado "in natura". As matérias-primas são de boa qualidade, o desgaste é proposital, o sujo não é sujo. É um brincar de faz-de-conta que satisfaz os anseios de viver uma realidade sem os riscos reais e ainda ser "invejado" por isso.

O punk é "vítima" recorrente do mundo da moda. A ideia do faça-você-mesmo e símbolos dessa cultura são largamente usados por uma população que nem mesmo entende seu significado. Apesar de o punk ser aceito por muitos como uma manifestação fundamentalmente cultural e ideologicamente independente, é necessário ser revolucionário e ter esse estilo presente no quotidiano. Felizmente, esse conceito se mantém firme no seu propósito, permanecendo imune à uma possivel invasão de distorções de seu ideal.

Por fim, devemos entender que a moda em si, não é culpada por tomar emprestado estilos das subculturas e lançá-los como tendência. O que ela faz, no entanto, é captar o desejo de ser único e representá-lo em peças de roupa e isso é mérito pura e simplesmente do ser humano, sem se dar conta que ora é vítima, ora culpado.

Alguns símbolos e grupos musicais punk

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