Pensando Sobre Moda: Moda x Futilidade

sábado, 20 de julho de 2013

Moda x Futilidade

Quando pensamos em moda o que nos vem à cabeça? Glamour, grifes, desfiles, futilidade?

Pois bem, a partir disso, vamos parar para refletir sobre o que realmente é a moda? E chegamos a conclusão, de que nada mais é, do que um fenômeno que define o que um grupo de pessoas está preferindo em determinado momento. Desta forma, podemos dizer que a moda está presente em todas as áreas (Ciência, Artes, Linguística, etc.).

Mas vamos nos concentrar na moda do vestuário. Por que ela é tão rejeitada por muitos? Frequentemente, as pessoas se identificam com determinados grupos, e alguns grupos, por sua vez, têm como lema a aversão à moda. O pensamento mencionado no título do blog, não está ali por acaso, mas sim, para que possamos compreender, antes de discorrermos sobre este assunto, que somos classificados pelo que gostamos, ou escolhemos gostar.

Ora, se um grupo renega a moda, quer dizer ao mundo que não tem tempo a "perder" com coisas que não levam a lugar algum. Mas, assim que seguimos um modelo, seja ele qual for, significa que elegemos alguém, ou uma ideologia, para ser nosso mentor no modo de pensar, agir, falar, se vestir... SE VESTIR? O que acabamos de perceber aqui? Ora, se alguém dita a forma, mesmo que inconscientemente, de como devemos nos vestir, estamos seguindo uma moda, não é verdade?

Correm boatos de que Einstein tinha, em seu armário, sete ternos idênticos, para não se preocupar em escolher que roupa usar a cada dia. Dito isso, alguns cientistas, que têm Einstein como ídolo, passaram a admirar a maneira como ele não se preocupava com modismos e aparência. Mas, em um dado momento, ele teve de escolher qual seu terno preferido, claro que, cor, caimento, conforto, tecido e outros quesitos pertencentes à área da moda o ajudaram nessa eleição.

E quais outros quesitos pertencem à moda? Bem, podemos dizer que incontáveis! Ao estudar esta área tão fascinante, deve-se prestar atenção a tudo ao seu redor, tudo conta para a criação de uma coleção. E assim que o tema é definido, um estudo profundo dos detalhes desse tema deve ser realizado. E quantas coleções um estilista lança no ano? No mínimo duas (em casos de grandes grifes), ou seja, são seis meses de estudo aprofundado de um tema qualquer, seja ele um filme, uma obra de arte, um lugar, um período da História... e isso tudo vai somando à carga de conhecimentos do grupo que está trabalhando na coleção, além dos outros temas estudados, antes de definirem qual será o eleito, é claro.

Ao fim desta breve explanação, podemos afirmar que, definitivamente, futilidade não cabe nesse cenário, uma vez que, para entender de moda, no mínimo, conhecimentos de Cultura, Arte, Psicologia, História e claro, Filosofia, são imprescindíveis, e quem tem esses conhecimentos, não tem tempo a perder.

Finalizo este post, com as falas de Miranda (Meryl Streep) e Andréa (Anne Hathaway), do filme o Diabo Veste Prada, reflitam:



Miranda, editora chefe de uma importante revista de moda está escolhendo os acessórios para um ensaio fotográfico. Uma assistente mostra dois cintos parecidos para ela escolher e fala que os dois são muito diferentes. Neste momento, Andréa dá uma risada.  Baseado no livro de Lauren Weisberger. Roteiro: Aline Brosh McKenna.

Miranda – Algo engraçado?

Andréa – Não, nada. É que para mim estes dois cintos são iguais. Eu ainda estou aprendendo sobre essas coisas.

Miranda - Essas… coisas? Ah, ok, entendi. Você acha que isso não tem nada a ver com você. Você vai até o seu guarda-roupa e escolhe esse sweater azul folgado para dizer ao mundo que se leva muito a sério pra se importar com o que veste. O que você não sabe é que esse sweater não é apenas azul. Nem turquesa, nem lápis-lazúli. Na verdade, é cerúleo. E você também não tem a menor noção de que, em 2002, Oscar de la Renta fez vestidos cerúleos e Yves Saint Laurent fez jaquetas militares cerúleas. E o cerúleo logo foi visto em oito coleções diferentes. E acabou nas grandes lojas de departamento e, um tempo depois, em alguma lojinha de esquina onde você, sem dúvida, o comprou em uma liquidação. No entanto, esse azul representa milhões de dólares e incontáveis empregos. E é até meio cômico que você ache que sua escolha a isente da indústria da moda quando, de fato, você usa um sweater que foi selecionado pelas pessoas nesta sala. No meio de uma pilha de coisas.”


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